A MANIFesta de Peniche
A MANIFesta de Peniche decorreu entre 24 e 29 de Maio de 2009 sob a responsabilidade de uma Comissão Local Organizadora constituída pela ADEP, CM de Peniche e Animar. A sua preparação passou pela realização de sete Assembleias Regionais MANIFesta, durante 2008, nas quais estiveram envolvidas 52 entidades colectivas e 98 pessoas, tendo sido formados 15 dinamizadores regionais e nelas estabelecido o modelo e conteúdos da realização.
A MANIFesta de Peniche compreendeu um conjunto vasto de actividades (123) – conferências, seminários, tertúlias, mostras temáticas e oficinas e outros espaços de formação e animação – em que se debateu o desenvolvimento local e a economia social e solidária, a coesão, a mobilização cívica e a democracia participativa, as questões de género, o financiamento e os quadros comunitários, a educação, o emprego, o desenvolvimento, a agricultura e o desenvolvimento rural, o turismo, a arte e o artesanato, entre muitos outros temas. Debates em participaram a CIG, a IC EQUAL, o ISS, IEFP e a Secretaria de Estado do Ordenamento do território e das Cidades.
Realizada 15 anos após a primeira MANIFesta, teve como mote A Inovação Social na Resposta à Crise – Contributos do Desenvolvimento Local e da Economia Solidária, reflectindo tanto os muitos constrangimentos já naquela altura sentidos pela generalidade da sociedade civil organizada, e pelo associativismo de desenvolvimento local em particular, como os primeiros sinais da crise que se avizinhava.
Teve por isso duas grandes preocupações: retomar e reavivar o espírito inicial de expressão e mobilização da cidadania através da procura de respostas aos problemas locais a partir das capacidades e vontades locais não enfeudadas a critérios e motivações meramente de mercado e lucro; comprometer-se e empenhar-se na procura de respostas à crise económica, financeira, social, ambiental, cultural e política, numa perspectiva de economia solidária – preocupações vertidas na Declaração de Peniche, intitulada A Inovação Social na Resposta à Crise – Desenvolvimento Local e Economia Solidária sempre presentes!, a qual apontava às organizações cívicas e solidárias a necessidade de conjugarem esforços para assim ganharem capacidade estratégica. Ao mesmo tempo que também assumia o combate pelo progresso, baseado no desenvolvimento local, nos vários territórios, de forma equitativa e sustentável, convicta de que só com uma cidadania activa alargada e uma democracia participativa será possível uma economia e um desenvolvimento socialmente justos, solidários e mobilizadores.
Por lá passaram o Ministro do Trabalho Viera da Silva e os Secretários de Estado Jorge Lacão e João Ferrão. Debateu-se a Inovação na resposta à crise, a Identidade costeira do Oeste e o Orçamento Participativo. As questões da Igualdade de Género tiveram particular destaque não só devido à forte presença da CIG como aos numerosos debates e acções à volta do tema.
Para além dos debates e de poderem ter contatado directamente com iniciativas e propostas e conhecer preocupação e produtos locais, os participantes puderam ainda assistir aos concertos de Júlio Pereira, Mundo Cão, Deolinda, Uxukalhus, Dealema e Woyz (foi dado um particular destaque ao hip-hop), apreciar ranchos folclóricos e etnográficos, teatro e animação de rua, a um desfile de cestos ou, no campo da gastronomia, provar a Sopa de S. Macário, entre muitos outros espectáculos, concertos e manifestações artísticas