Serpa - MANIFesta 2003
Decorreu entre 1 e 3 de Maio de 2003, em Serpa, sob a responsabilidade de uma Entidade Promotora Local (ESDIME, Rota do Guadiana, Terras Dentro, Alentejo XXI e Animar), nova forma de parceria que explorava as diferentes potencialidades de estilos, práticas, forças e capacidades.
A realização da MANIFesta na cidade de Serpa, na margem esquerda do Guadiana, no interior do país e numa das suas áreas mais deprimidas, obedeceu a um Caderno de Encargos regulando os critérios a que doravante deviam ficar sujeitas as candidaturas à realização das MANIFesta, apostando-se na sua deslocação do litoral para o interior e na articulação e trabalho conjunto das associações locais. A mobilização conseguida das populações, instituições e artistas da região mostraram o acerto da aposta, constituindo esta uma indesmentível afirmação regional do movimento de Desenvolvimento Local – o número de participantes e de stands (cerca de 250) cresceu relativamente às edições anteriores.
Realizada sob o lema Com o Desenvolvimento Local superar a crise e construir o futuro, a Assembleia MANIFesta afirmava que “há uma saída para as questões que a actual crise nacional e a crispação das relações internacionais colocam à sociedade portuguesa” e que era “possível evitar os custos sociais e económicos resultantes do aprofundar das assimetrias regionais, do crescimento da desigualdade, da cristalização dos sentimentos de injustiça e da exclusão de grupos cada vez mais significativos”; insiste na urgência e importância de uma Carta de Princípios de Relacionamento do Estado com as OIDL; pronuncia-se pela participação do Movimento de Desenvolvimento Local no processo de preparação do IV QCA e a empenhar-se no reconhecimento, pelo Estado, das Organizações e Iniciativas de Desenvolvimento Local como Parceiro Social e o pelo reconhecimento da utilidade pública dos serviços prestados por estas entidades. Constata ainda a necessidade de dar uma maior visibilidade ao Movimento de Desenvolvimento Local e debate-se o Comércio Justo, a cidadania, a intervenção juvenil, etc.
Esta 5ª edição da MANIFesta registou um alargamento das participações, um maior número de stands e uma programação vasta e variada. Nomeademente os espaços Artesanato, Jovem, Brincando, Cantigas de Amor, Escárnio e Mal Dizer (oficina de troca de experiências do Desenvolvimento Local); 11 exposições (escultura, pintura, fotografia e instalação); ateliês de Dança, Construção de Instrumentos, Pinturas Corporais, Máscaras, Oficinas de Tranças e Brincos, Cerâmica, Tecelagem e Construção em Taipa; Corridas de Patins; Gastronomia Alentejana, Islâmica e dos PALOP; uma Feira do Livro; Jogos tradicionais, etc.
Debateram-se temas como o Comércio Justo, a Cidadania que Sonhamos e os Novos Desafios da Intervenção Juvenil; fez-se o pré-lançamento do Guia das OIDL, apresentou-se o livro Rede de Jovens em Meio Rural e o programa DelNet; ouviram-se grupos corais de Serpa, ranchos folclóricos e jazz, houve teatro de rua e de marionetas, os concertos de Jorge Palma, Uxu Kalhus e Djamboonda, desfilaram caretos, etc.